terça-feira

Deusa Hlin a protetora


Deusa Hlin a protetora


Hlin ( Hlyn) - A Protetora"
Na mitologia nórdica, Hlin é uma das três sirventes de Frigg, junto com Fulla (deusa da fertilidade) e Gná (deusa dos mensageiros). Seu nome significa "protetora"  , e Frigg o da tarefa de proteger aos homens e consolar aos mortais apenados. Possívelmente Hlin é apenas outro nome de Frigg.
Ela atuava como intermediária entre Frigga e a humanidade, ouvindo os pedidos e desejos dos mortais e ajudando Frigga para decidir e escolher soluções. Hlin era apresentava como uma consoladora, que enxugava as lágrimas de sofrimento e luto, fortalecendo e apoiando os necessitados. Muito próxima de Frigga, era confundida ou considerada um aspecto dela, partilhando de muitas das suas características e funções. Porém, assim como os outros deuses, Hlin não podia contrariar ou se opor aos desígnios das Nornes, nem mudar o orlög (destino).
Hlin personificava a força maternal que protege seus filhos, a energia que envolve e consola (representava pelo seu manto ou xale), no nível pessoal e particular, fortalecendo e sustentando nos momentos de dor, defendendo-as daqueles que querem se aproveitar da sua ingenuidade, descuidos, fragilidade ou vulnerabilidade, física ou emocional. Ao contrário de Syn, sua proteção é ativa - e não apenas defensiva - lutando em favor dos seus protegidos e empenhando-se para livrá-los de perigos, evidentes ou ocultos. Junto com Vor, ela ativa a percepção, sutil das mulheres para que elas pressintam os perigos e percebam as armadilhas, vendo a realidade, não se deixando iludir por aparências, falsas promessas ou palavras enganosas e sabendo como se livrar de aproveitadores ou predadores. Na conexão de Hlin, a mulher deve se visualizar usando um elmo, uma armadura ou escudo, ou até mesmo uma arma adequada para sua proteção ou defesa: psíquica ou física, mental ou astral, material ou espiritual.

A representação de Hlyn como protetora e consoladora pode parecer deslocada no contexto dos povos nórdicos, conhecidos pela sua coragem e postura estoica e otimista perante as dificuldades, porém eles também sentiam dor e desespero, mesmo se não revelassem facilmente suas emoções e medos. Mas eles sabiam que o sofrimento prolongado levava à depressão e inércia, estados doentios e prejudiciais mesmo para aqueles em luto, as lágrimas de dor pesando no fardo dos entes falecidos e por eles sentidas como "lâminas cortantes de gelo", conforme descrito pelo herói morto Helgi para sua esposa Signun no texto dos Eddas. Os antigos acreditavam que os lamentos e lágrimas em excesso impediam os mortos de evoluir, que apenas precisavam ser lembrados e honrados. Hlin ajudas as pessoas a reconhecerem e expressarem suas emoções, mas também os encoraja para se libertarem delas e seguirem a vida de cabeça erguida.

Hlin era invocada para consolar e proteger a própria pessoa ou seus entes queridos, em rituais restritos e reservados aos familiares e amigos, jamais em público. Sua proteção ajudava em situações reconhecidamente perigosas, mas também podia ser pedida para viagens, desafios, conflitos e mudanças. O arquétipo de Hlin pode ser interpretado como uma reminiscência do conceito da fylgia, o espírito protetor de uma pessoa, família ou clã, que aparecia com a forma de uma mulher (ou animal), manifestando-se nas situações de perigo ou momentos antes da morte. Ela acompanhava não apenas um indivíduo, mas toda a sua família e/ou clã e podia seguir os descendentes ao longo de muitas gerações.
A função de Hlin se assemelhava também com a das Disir, as deusas tutelares e protetoras de uma pessoa ou linhagem familiar, protegendo-as da mesma forma como fazia Frigga.

Independentemente da sua representação diversificada como mãe consoladora, entidade protetora ou sábia conselheira, Hlin era uma divindade misteriosa e sutil, uma verdadeira fonte de autopreservação e sustentação, que estava em ressonância com o poder interior de cada ser e que podia ser sempre acessada por aqueles que dela precisavam.

Para invocá-la, a mulher deve praticar visualizações nas quais se vê usando um elmo, uma armadura e um escudo, ou mesmo usando uma arma adequada. Sua lição, portanto, é aprender as táticas de autodefesa psíquica (visualizações, afirmações) ou físicas (artes marciais).

Elementos: terra, fogo.
Animais totêmicos: ursa, leoa, loba, onça.
Cores: preto, roxo, violeta.
Árvores: azevinho, espinheiro-branco, sorveira.
Plantas: arruda, manjericão, sálvia.
Pedras: hematita, ametista, cristal esfumaçado.
Datas de celebração: 31/01.
Símbolos: espada, escudo, elmo, bastão, talismã rúnicos, amuletos de proteção.
Runas: Algiz, Tiwaz, As, Yr, Wolfsangel.
Rituais: de defesa e proteção; para ativar a intuição; visualizações e afirmações para criar e reforçar uma aura protetora.
Palavras-chave: autodefesa.

Veja também
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