13 maneiras de
interpretar o número 13
1 - A Santa Ceia
O 13 é famoso por ser o número do azar, mas da
onde veio essa história? Existem duas versões que foram mais contadas ao longo
dos anos, ambas envolvendo banquetes. A mais famosa delas é a da Santa Ceia.
Em uma quinta-feira, Jesus e seus 12 apóstolos
(portanto, 13 pessoas) sentaram-se à mesa para aquela que ficou conhecida como
a última refeição. Um dia depois, Jesus foi crucificado. Pronto, o estigma do
número estava posto para os cristãos. Até hoje, o 13 é associado pelos mais
fervorosos ao paganismo e a coisas ruins.
2 - Os nórdicos
Outra teoria bastante estudada vem da mitologia
nórdica. Houve um banquete com pompa e circunstância para o qual 12 deuses
foram convidados. Loki, deus do fogo e da trapaça, apareceu sem ser convidado e
armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito entre os deuses.
Até hoje, muita gente não se senta à mesa quando são 13 os comensais.
Especula-se também que é por isso que os conjuntos de mesa são sempre vendidos
em grupos de 4, 6 ou 12. Convidar 13 pessoas para um jantar seria um mau sinal.
3 - Medo real
TRIS-CAI-DE-CA-FO-BI-A. É complicado mesmo. E mais
complicado do que dizer, é viver. A triscaidecafobia, acredite, é o medo
irracional do número 13 e pode ser considerada uma doença. Os
triscaidecofóbicos não suportam a possibilidade de ver ou estar próximo de
qualquer objeto ou pessoa ligada ao número 13. De acordo com o psicanalista
especializado em fobias Benomy Silberfarb, o medo é mais comum do que se pensa.
Para essas pessoas, a virada do ano vai trazer muita ansiedade.
— É uma fobia como qualquer outra, é o medo da
morte associado ao 13. Com certeza a entrada de 2013 deve estar deixando essas
pessoas com muito medo do ano que está por vir — avalia Silberfarb.
4 - O que dizem os
números
A numerologia pitagórica, que segue as diretrizes
do matemático Pitágoras, trabalha apenas os números de um a nove, além do 11 e
do 22. O 13 é visto desmembrado, como a soma de um e três, sem qualquer relação
com azar.
— O quatro significa estrutura, estabilidade,
segurança, disciplina, persistência, resistência. Se qualquer soma der 13,
vamos reduzir a quatro — explica a numeróloga Ivanise Medina Souza, diretora da
Regional Porto Alegre da Associação Brasileira de Numerologia (Abran).
Outra corrente numerológica associa o 13 ao mau
agouro. Ao contrário de seu anterior imediato — 12 indica totalidade: 12 meses
do ano, 12 horas do relógio, 12 apóstolos de Jesus —, o 13 expressa a
irregularidade, a transgressão da ordem perfeita e do equilíbrio.
5 - O caso Zagallo
Quem disse que o 13 precisa ser ruim? Não é segredo
para ninguém que o ídolo do futebol brasileiro e único tetracampeão mundial,
Zagallo, gosta, e muito, do número. Zagallo mora no 13º andar, casou-se no dia
13 e dirige um carro de placa número 1313. A quem perguntar, Zagallo conta que
a crença em torno do número começou por causa da mulher, Alcina, que era devota
de Santo Antônio, cuja dia é celebrado em 13 de outubro. Depois do casamento, o
craque passou a vestir a camisa 13, fazer golos, e crescer no futebol
brasileiro. O mito estava criado e, na carona do jogador, muitos começaram a
pensar no 13 como número da sorte.
6 - Nada de 13
Não são poucos os casos em que a superstição com o
número vai longe. Nos Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, muitos prédios
simplesmente não tem o 13º andar. Para não correr riscos, os elevadores
norte-americanos ou pulam do 12º para o 14º andar, ou atribuem outro nome ao
piso, como 12A, por exemplo.
Outro exemplo vem da Fórmula 1. Observe na próxima
corrida que você assistir: na modalidade, não correm carros com o número 13. A
razão de ninguém usar esta numeração foi que o 13 estampava o carro de Giulio
Masetti no acidente fatal que o piloto de 1926. Desde então, só dois pilotos
arriscaram correr com o número.
7 - Matemática pura
Sexto número primo (nome dado aos divisíveis por
um e por eles mesmos), o 13 também faz parte da Sequência de Fibonacci, em que
os termos iniciais são zero e um e os subsequentes correspondem à soma dos dois
precedentes. O 13 é resultante da adição do primeiro número primo (dois) ao
primo que é seu anterior imediato (11). Também é o resultado obtido a partir da
soma dos quadrados dos dois primeiros números primos (2² + 3² = 13). Invertido,
o 13 vira 31, outro número primo — nem todos os primos têm essa propriedade.
— Não tem nada, em matemática, que leve a alguma
associação mística. Nenhuma relação com sorte ou azar — comenta Lori Viali,
professor do Departamento de Matemática da PUCRS e da UFRGS.
8 - O 13 dos chineses é
o 4
Para os chineses, os significados funestos emanam
do 4, cuja pronúncia se assemelha à da palavra "morte". Apesar da
preferência generalizada pelos números pares na China, as mais diversas
referências ao 4 costumam ser evitadas em países do sul e do sudeste da Ásia:
números de telefone sem esse dígito no começo, prédios onde a sequência de
andares pula do terceiro para o quinto, empresas de ônibus que não colocam o
algarismo nas placas e festas de casamento que desobedecem a numeração normal
das mesas para que ninguém seja obrigado a ocupar um assento de má sorte. O
medo tem até nome: tetrafobia.
9 - Quando o 13 é da
sorte
Um dos nomes de maior sucesso da música americana
na atualidade, Taylor Swift elegeu o impopular 13 como amuleto. "Oi, sou
Taylor. Amo o número 13", apresenta-se em seu site.
A cantora country de 23 anos, que costuma pintar o
número no dorso da mão antes de cada show, elenca diversas razões para o apego:
sua data de nascimento é 13 de dezembro, completou 13 anos em uma sexta-feira
13, seu primeiro trabalho conquistou o Disco de Ouro em 13 semanas, a primeira
canção de seu repertório a atingir o topo das paradas tinha uma introdução de
13 segundos. A referência aparece até na conta no Twitter: @taylorswift13.
10 - NO TARÔ, A MORTE
Para apimentar ainda mais o pé atrás dos supersticiosos
com o 13, o tarô tradicional traz na carta desse número o arquétipo da morte.
No século 18, quando o tarô começou a ser usado como oráculo, o nome ''morte''
não era escrito na carta. Em seu lugar, aparecia apenas o número, representando
o fim da vida.
Com desenho de uma caveira segurando uma foice, a
carta assusta quem não conhece o oráculo. Apesar disso, se você consultar um
baralho e a tal da carta 13 pintar na mesa, não há motivo para pânico. O
tarólogo Jaime E. Cannes conta que, com o passar do tempo, o tarô moderno
passou a dar outras interpretações à carta.
— A morte é vista como uma indicação de
encerramento de um ciclo, e não necessariamente como a morte física. Pode ser o
fim de um namoro ou a saída de um emprego, por exemplo — relata Cannes.
11 - Para a polícia,
maluquice
No Rio Grande do Sul, o número 13 ganhou uma
conotação um pouco diferente das convencionais. Não bastasse ser o número do
azar, da sorte, da morte e de tantas outras coisas, no Estado também acabou
virando sinônimo de loucura. A explicação é simples. A polícia tem um número
para identificar cada tipo de ocorrência. Assim como o 20 serve para bêbado, o
13 significa que a pessoa detida é louca.
— Quando alguém fala no rádio quem está com um 13,
todo mundo já sabe que está falando de alguém que não tem o discurso coerente.
É o que a gente diz: se não é 20, é 13 — brinca o delegado Cleber Ferreira,
responsável pelas Delegacias de bairro da Capital.
12 - Sagrado na Índia
A Índia é mais uma da culturas que subverte a ordem
e leva o 13 como um símbolo de prosperidade. Para os indianos, o número que
apavora norte-americanos é visto como sagrado, como amuleto. Aliás, em um
dialeto falado no norte da Índia, o número é pronunciado como 'tera', que é a
palavra utilizada para se referir a Deus.
Uma prova de como os indianos levam a sério o
poder do 13 como talismã é o atual presidente da Índia, Pranab Mukherjee.
Fazendo lembrar as manias de Zagallo, quando trabalhava no parlamento, ele fez
questão de que seu escritório fosse o de número 13. Além disso, há mais de 10
anos o homem vive em uma casa de número 13 e não aceita sair da propriedade.
13 - Sexta-feira 13
Não é à toa que a série de filmes do personagem
Jason, que assustou várias gerações, se chama Sexta-feira 13. Conhecido como os
mais azarados entre os dias, sextas-feiras 13 talvez sejam o mais emblemático
símbolo do mau agouro trazido (ou não) pelo número. No cristianismo acredita-se
que em 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, a Ordem dos Templários foi declarada
ilegal pelo rei Filipe IV, da França. Assim teria começado a superstição
associando o número ao dia da semana. Mas não é preciso ir tão longe no tempo
para achar maus agouros relacionados ao dia. Em 1968, por exemplo, o AI-5, o
decreto mais duro e cruel da ditadura militar brasileira, foi baixado em uma
sexta-feira 13. Em 2013, serão duas as sexta-feiras 13, em setembro e dezembro.
Se você é um supersticioso, para o bem o para o mal, é bom estar preparado.
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