sexta-feira

A Rainha dos Anjos, terror dos demônios


A Rainha dos Anjos, terror dos demônios

ENCERRAMOS AQUI o estudo que nos conduziu da maravilhosa realidade dos anjos de luz, à tenebrosa dos anjos decaídos; da fidelidade e amor enlevado a Deus dos primeiros, à revolta desesperada dos segundos; da solicitude dos anjos por nós homens, ao ódio implacável que nos têm os demônios.

Vimos os cuidados que devemos ter em relação a toda forma de supertição, que é uma porta de acesso do Maligno, e a que grau de sujeição ao anjo do mal pode chegar o homem, passando de um pacto implícito, da mera superstição, ao pacto explícito, a um verdadeiro contrato com o demônio. E aí se abre o abismo terrível da possessão voluntária, da feitiçaria, do malefício, das Missas negras, dos ritos sacrílegos, os sacrifícios humanos...

Vimos também o renascer do satanismo, conseqüência do tremendo processo de descristianização e de decadência moral pelo qual passa a Humanidade.

Deve-se temer mais o pecado do que o demônio

Não devemos, entretanto, ter um medo cheio de pânico do demônio. nem exagerar supersticiosamente seus poderes (os quais, de lhe valem se Deus não consentir que os utilize); mas guardar dele toda a distância, evitando qualquer forma de superstição; evitando sobretudo o pecado: é o pecado que nos torna vulneráveis à ação do Maligno.

Como dizem os santos, mais do que o demônio e suas artes, devemos temer o pecado.

A grande Santa Teresa de Jesus relembra esta verdade com tal fogo e tal lógica, que convém transcrever suas próprias palavras:

"Se este Senhor (Jesus Cristo) é tão poderoso, como sei e vejo; se os demônios não são senão seus escravos, como a fé não permite duvidar, que mal me podem fazer eles, se eu sou a serva deste Rei e Senhor? Antes, por que não me sentir tão forte que seja capaz de enfrentar o inferno inteiro?

“Tomando a cruz às mãos me parecia que Deus me dava coragem. Em breve espaço de tempo me vi tão transformada, que não teria temido sair em luta com todos os demônios, que me parecia que com aquela cruz facilmente venceria a todos; e lhes gritava: ‘Avancem agora! Sendo eu a serva do Senhor, quero ver o que me podem fazer!’

“E me pareceu que eles me temiam, pois fiquei tranqüila e sem temor de todos eles e se me esvaíram todos os medos que tinha até agora; verdadeiramente, pois, me deixaram tranqüila. Porque, embora algumas vezes os visse ainda, não lhes tive mais quase medo, pelo contrário, parecia que eles é que tinham medo de mim. Ficou-me um tal senhorio contra eles, a mim conferido pelo Senhor de todos, que não tenho mais medo deles do que de uma mosca. Parecem-me tão covardes que, vendo que eu os desprezo, perdem a força."

“Estes inimigos não sabem atacar senão aqueles que lhes entregam suas próprias armas, ou quando o permite Deus para maior bem de seus servos, que os atormentem. Aprouvesse a Sua Majestade que nós temêssemos a quem devemos temer e compreendêssemos que nos pode vir maior dano de um pecado venial que de todo o inferno junto; os demônios só nos perturbam porque nós nos perturbamos com aquilo que deveria nos aborrecer, como questões de honra, de negócios e deleites. Porque assim eles nos combatem com as nossas próprias armas que nós pomos em suas mãos, em vez de usá-las para nos defender. ..."

“Não entendo estes medos: as pessoas gritam 'demônio! demônio!', enquanto poderiam gritar: ‘Deus! Deus!’ e fazê-lo tremer. Sim, pois sabemos que eles não podem se mover se o Senhor não o permite”. (Santa TERESA, Livro de la Vida, Cap. 25, na. 20-22 in Obras Completas, pp 115-116.)

As armas da luta

Temos ao nosso alcance os meios de nos defender, quer da ação ordinária quer da extraordinária do demônio: a oração, a Confissão e os demais Sacramentos, os sacramentais, as medalhas bentas, água-benta; mas sobretudo uma vida de piedade autêntica e de fé sincera.

Quando Deus permite uma ação mais intensa do Tentador, uma infestação, ou mesmo, em casos extremos, a possessão, temos nos exorcismos, realizados com fé e devoção por quem de direito, uma forma segura de libertação.

Devemos recorrer especialmente ao nosso Anjo da Guarda, aos três gloriosos Arcanjos, São Miguel, São Gabriel e São Rafael.

A São José, Patriarca da Sagrada Família, ao qual Deus nada recusa.

Devemos sobretudo ter uma devoção sincera e enlevada para a Rainha dos Anjos, Terror dos demônios.

Uma luta efetiva contra a ação demoníaca não pode ser realizada sem a especial ajuda e patrocínio da Santíssima Virgem. Por sua dignidade de Mãe do Redentor, seu grau de união com Deus, sua participação ativa na Paixão do Salvador, como verdadeira Co-Redentora e Medianeira de todas as graças, Ela é nosso apoio decisivo contra os anjos malditos que se revoltaram contra seu Criador.

Maria, a mais terrível inimiga que Deus armou contra o demônio
O grande apóstolo da devoção marial, São Luís Grignion de Montfort, no seu célebre Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssíma Virgem, sintetiza de modo admirável o papel único de Maria na luta contra Satanás:

"Maria deve ser terrível para o demônio e seus sequazes, como um exército em linha de batalha, principalmente nesses últimos tempos, pois o demônio, sabendo bem que lhe resta pouco tempo para perder as almas, redobra cada dia seus esforços e ataques. Suscitará, em breve, perseguições cruéis e terríveis emboscadas aos servidores fiéis e aos verdadeiros filhos de Maria, que mais trabalho lhe darão para vencer.

“É principalmente a estas últimas e cruéis perseguições do demônio, que se multiplicarão todos os dias até o reino do Anticristo, que se refere aquela primeira e célebre predição e maldição que Deus lançou contra a serpente no paraíso terrestre. Vem a propósito explicá-la aqui, para glória da Santíssima Virgem, salvação de seus filhos e confusão do demônio.

“Porei inimizades entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar" (Gen 3, 15).

“Uma única inimizade Deus promoveu e estabeleceu, inimizade irreconciliável, que não só há de durar, mas aumentar até ao fim: a inimizade entre Maria, sua digna Mãe, e o demônio; entre o filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e sequazes de Lúcifer; de modo que Maria é a mais terrível inimiga que Deus armou contra o demônio.

O calcanhar que esmaga a cabeça da serpente

“Ele lhe deu até, desde o paraíso, tanto ódio a esse amaldiçoado inimigo de Deus, tanta clarividência para descobrir a malícia dessa velha serpente, tanta força para vencer, esmagar e aniquilar esse ímpio orgulhoso, que o temor que Maria inspira ao demônio maior que o que lhe inspiram todos os anjos e homens e, em certo sentido, o próprio Deus. Não que a ira, o ódio, o poder de Deus não sejam infinitamente maiores que os da Santíssima Virgem, pois as perfeições de Maria são limitadas, mas, em primeiro lugar, Satanás, porque é orgulhoso, sofre incomparavelmente mais, por ser vencido e punido pela pequena e humilde escrava de Deus, cuja humildade o humilha mais que o poder divino; segundo, porque Deus concedeu a Maria tão grande poder sobre os demônios, que, como muitas vezes se viram obrigados a confessar, pela boca dos possessos, infunde-lhes mais temor um só de seus suspiros por uma alma, que as orações de todos os santos; e uma só de suas ameaças que todo outros tormentos."

“O que Lúcifer perdeu por orgulho, Maria ganhou por humildade. O que Eva condenou e perdeu pela desobediência, salvou-o Maria pela obediência” (São Luís Maria GRIGNION DE MONTFORT, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. nn. 50-54.)

Invoquemos Maria Santíssima, a Rainha dos Anjos e Terror dos demônios. Que Ela nos assista de um modo especial para que, revestidos da armadura de Deus, possamos resistir às ciladas do demônio (Ef6, 11-17).


“E mandará os seus anjos
com trombetas e com grande voz,
e juntarão os seus escolhidos
dos quatro ventos,
duma extremidade dos céus,
até à outra “.
(Mt 24, 31)

(Fonte: internet. Autoria:“Anjos e Demônios - A Luta Contra o Poder das Trevas”, Gustavo Antônio Solímeo - Luiz Sérgio Solímeo)


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