Oração da alma desamparada de Santa
Bernadette
Oração da
autoria de Santa Bernadette Soubirous
Ó Jesus
desolado e ao mesmo tempo refúgio das almas desoladas, Vosso amor ensina-me que
é de Vossos abandonos que devo haurir toda a força de que necessito para
suportar os meus. Estou persuadida de que o abandono mais temível em que eu
possa cair seria não participar do Vosso. Mas, como Vós me destes a vida com a
Vossa morte, e me livrastes, por Vossos sofrimentos, daqueles que me eram
devidos, também merecestes, pelo Vosso desamparo, que o Pai celeste não me
desamparasse, e que nunca estivesse mais próximo de mim, por Sua misericórdia,
do que quando estou mais unida (a Vós) pela desolação.
Ó Jesus, luz da
minha alma, iluminai os meus olhos interiores no tempo da tribulação; e já que
me é útil sofrer, não leveis em conta meus temores nem minha fraqueza.
Eu Vos conjuro,
ó meu Deus, por Vossos desamparos, não que não me aflijais, mas que não me
abandoneis na aflição, que me ensineis a procurar-Vos nela como o meu único
consolador, que sustenteis nela a minha Fé, que nela fortifiqueis minha
esperança, que purifiqueis nela o meu amor; concedei- me a graça de reconhecer
nela a Vossa mão, e de não desejar nela outro consolador a não ser Vós.
Humilhai-me
então quanto Vos aprouver, e consolai-me somente a fim de que eu possa sofrer e
perseverar até a morte no sofrimento. Já que as graças que Vos peço são fruto
de Vossos desamparos, fazei que sua virtude se manifeste na minha fraqueza, e
glorificai-Vos na minha miséria, ó meu Jesus, único refúgio da minha alma.
Ó Mãe
Santíssima do meu Jesus, que vistes e sentistes a extrema desolação do Vosso
querido Filho, assisti-me no tempo da minha.
E vós, santos
do Paraíso, que passastes por esta provação, tende compaixão daqueles que
sofrem, e obtende-me a graça de ser fiel até a morte.
(Extraída do livro
Bernadette Soubirous, do Pe. André Ravier. São Paulo: Loyola, 1985, p. 81-82)
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